quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Capitulo 10. Mais uma morte

Aquela noite parecia tranqüila, nada aconteceu por muito tempo não sei como, mas consegui ficar acordado, mas até que o sono bateu, meus olhos começaram a fechar involuntariamente, então eu resolvi dar uma parada e ir molhar o rosto, saio do meu posto e vou em direção ao bebedouro molhar o rosto. Depois de alguns segundos ali eu volto ao posto ainda bem que o sono passou senão eu ia me ferrar bonito.

Alguns minutos depois eu vejo uma coisa que me chama atenção, uma pessoa correndo no meio da rua, a única coisa que eu consigo enxergar é o grande cabelo loiro dela. Ela corre na direção da Biblioteca e então percebo que uma dúzia daqueles monstros estão atrás da pessoa, ela corre e sobe as escadas tão rápido que mal dá pra acreditar, a pessoa põe os olhos em mim e corre em minha direção e começa a bater no vidro, percebo que é um homem que tem um olhar amedrontado, ele está ensangüentado e quase chorando.

Ele bate cada vez mais forte no vidro e eu vejo alguns daqueles monstros vindo em sua direção, eu abro a porta e o homem salta para dentro enquanto eu fecho rapidamente a porta, alguns dos monstros esbarram no vidro e ficam batendo nele querendo entrar.

Eu me viro para o homem e coloco a arma apontada para a cabeça dele

- Quem é tu filho da puta? – Eu pergunto irritado para o homem.

- Me-me-meu no-no-me é Lu-lu-lucca – Ele responde enquanto treme mais do que vara verde.

- Porra, o que é que tu tava fazendo no meio desses filhos da puta? – A cada letra que eu dizia mais eu me irritava com aquele homem.

- Eu... Eu estava protegido num lugar, mas acabei me fudendo pra esses viadinhos de merda e tive que fugir – Ele parecia um pouco mais calmo, mas freqüentemente olhava para o vidro achando que iria quebrar a qualquer momento.

Olhando para cima das escadas eu vejo Levy descendo-as com uma ‘doze’ em punho e olhando para a porta de vidro.

- Esses putos, porque tu não me avisou antes ‘fela’ da puta? – Ele parecia muito irritado com o que acabara de ver.

- Esses porras não vão entrar, essa merda foi reforçada a algum tempo, vai ser difícil eles entrarem – Falei calmamente para Levy ainda apontando a arma para o homem.

- E quem é esse ‘fidirapariga’ ai?

- Sei lá, é um idiota que tava fugindo deles e eu deixei entrar.

Levy chega perto do homem e olha-o de cima a baixo por alguns minutos, então ele dá alguns passos pra trás e põe a arma na cabeça do homem e dá um tiro, os miolos do homem voam pra cima de mim e o sangue salpica para tudo quanto é lado.

- Porque tu fez isso caralho? – Muito puto eu olho para Levy enquanto limpo meu rosto com a camisa.

- Esse ‘fela’ da puta tava infectado e ia fuder com todo mundo – Ele parecia tão puto quanto eu.

- Caralho, esse corno num ia me contar um bagulho desses, eu ia acabar me fudendo.

- É isso ai idiota, tu ia fuder todo mundo, DENOVO.

- Porra, e esses ai fora, o que a gente faz com eles?

- ‘Vamo’ tocar o terror PORRA, antes que apareçam mais.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Capitulo 9. O Treinamento

O carro está correndo em alta velocidade, mas ao contrário do modo de Kerekexe, Levy corre e atropela alguns dos zumbis que estão no meio do caminho. Ele pega a mesma avenida que pegamos para chegar a resistência, e corre em direção a Presidente Kennedy, ele parece não saber para onde estamos indo e só quer se afastar o máximo dali, pegamos o caminho centro do Recife e ele ainda com o pé no acelerador.

Chegamos rapidamente na Cruz Cabugá e voltamos para o 13 de Maio, lá ele corre em direção a Biblioteca Publica e para defronte a ela, ele então salta do carro e pega algumas armas que estavam no banco de trás e vai em direção a rampa que leva para o primeiro andar da Biblioteca, eu faço o mesmo tão rápido quanto eu posso.
Lá ele abre a porta de vidro e olha em minha direção:

- ‘Fela’ da puta, tu fudeu com Kerekexe e agora tu vai ser ‘treinado’ – Ele falou em voz alta e bem séria.
Eu abaixo a cabeça e olho para meus pés, ele então me entrega uma arma e fala:

- Porra, onde é que tem rango aqui? To morrendo de fome.

- Lá em cima, é só subir que você vai ver uma porta branca, lá tem comida e água – Minha voz sai fraca, quase desaparecendo.

Ele então sobe as escadas e faz um movimento com a mão para que eu o siga, eu o faço rapidamente enquanto guardo a arma no bolso da bermuda. Lá em cima ele chega até o local onde haviam água e comida, e começa a abrir um enlatado de salsichas e comendo, eu apenas pego um pouco de água e bebo.
Depois de um tempo ele termina de comer e se levanta sério e diz:

- ‘Fela’ da puta, agora tu vai aprender como lutar contra esses putos.

Eu sabia como me cuidar sozinho, mas conhecimento nunca é demais e acabei o seguindo enquanto ele descia as escadas, lá em baixo ele me pediu para que eu empunhasse a arma que ele me deu, eu a retiro do bolso e agora eu a vejo mais detalhadamente uma pistola Glock 17 preta e com um cartucho cheio de munições, ele passa a tarde inteira me mostrando alguns movimentos, como atirar e táticas de como correr sem se cansar tanto, ao cair da noite eu já estava bocejando de cansado, ele então chega perto de mim depois de ‘jantar’ e fala:

- ‘Fela’ da puta tu vai ficar essa noite de olho nesses putos, e se tu dormir dessa vez quem morre é tu, que eu não vou me fuder por tua causa não.

Ele então sobe as escadas e desaparece nos corredores da Biblioteca, agora eu tenho que me segurar pra não dormir, amanhã será mais um dia cansativo...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Capitulo 8. A invasão

Tive um sono perturbado, um pesadelo terrível, são mais ou menos 3 da manhã quando Levy me acorda e pede para que eu faça a vigia, eu bocejo um pouco e abro os olhos direito, eu vou até o banheiro e molho o rosto para me acordar melhor, sento-me no sofá enquanto Levy me passa as coordenadas de como agir se algum desgraçado daqueles aparecer. Na verdade não estava preocupado com isso, estava pensando nas outras pessoas, será que existem mais sobreviventes? Ele fica lá, falando e falando e eu tento manter um olhar de interessado, mas na verdade meu pensamento está longe, muito longe. Estava pensando em Vanessa, que nunca mais tinha visto, em Marcos, será que eles sabem se virar? Bem, para estarem vivos até agora no mínimo eles devem ter aprendido como se defender.

Levy finalmente para de me dar as instruções, ele pergunta se eu entendi e eu apenas balanço a cabeça dizendo que sim, fico agachado no sofá agora apontando uma arma calibre ‘doze’ pela janela, ele então sai e vai descansar.

Os minutos parecem se arrastar lentamente enquanto estou ali, não acontece nada, a rua continua deserta e completamente destruída, o mercadinho defronte a casa de levy está completamente destruído, aguço meus olhos e consigo ver que as algumas mercadorias foram roubadas, outras estavam no chão, provavelmente foi Levy e Kerekexe que precisavam de água potável e alimento de verdade.

O sono começa a bater, meus olhos vão se fechando involuntariamente então eu finalmente adormeço. Acordo assustado, havia barulho do lado de baixo da casa de Levy, a porta de metal estava quase destruída e alguns monstros estavam quase entrando, no susto eu dou um grito:

- Porra, eles tão entrando!

Rapidamente eu vejo Levy se levantar, e correr em minha direção, ele olha rapidamente pela janela e começa a me sacudir.

- Como tu deixou esses putos chegarem aqui ‘fela’ da puta!

- Porra eu não tive culpa, acabei adormecendo sem querer.

- Aí é foda porra, agora fudeu...

Levy põe a mão na cabeça e olha pra baixo quando vê que dois daqueles monstros entraram no local, ele então grita:

- Kerekexe, esses fela da puta tão entrando.

E sacode uma arma para baixo. Kerekexe estava lá em baixo e eu não sabia, como eu pude deixar isso acontecer?

Kerekexe aparece na parte de baixo da casa de Levy e pega a arma, mirando para frente, ele então descarrega a arma em alguns dos monstros, mas alguns ainda sobrevivem e caminham furiosos na direção dele. Os monstros avançam rapidamente na direção de Kerekexe, um dos monstros morde o braço de Kerekexe que urra de dor, ele então pega no bolso de trás da calça uma coisa que se parece uma mini-uzi e começa atirar como um louco nos zumbis. Levy lá de cima ainda atirava nos zumbis e eu com a ‘doze’ na mão estive atirando também, depois que os monstros foram destruídos Levy desce as escadas e vai socorrer Kerekexe.

- Porra viado, tu vai ficar bem. – Disse Levy tentando acalmar Kerekexe.

- Tu sabe que não porra, tu assistia aquelas bostas, uma mordida e fudeu foi tudo. – Kerekexe parecia um tanto nervoso, mas não deixava transparecer.

- Porra, isso é em filme porra, tu vai ficar bem corno gordo.

- Dêem o fora daqui enquanto há tempo, o barulho pode ter chamado alguns desses putos pra cá, eu já to fudido, alguém tem que ficar vivo nessa merda.

Kerekexe parecia um tanto irritado com a insistência de Levy, ele então cai no chão e começa a gemer de dor, Levy rapidamente corre pelas escadas e sobe em casa e retira a escada do chão. Lá de cima ele manda um aviso de perigo para o outro grupo pelo Walkie-Talkie, então Levy corre para a cozinha e pega a maior quantidade de comida e água possível e coloca dentro de uma mochila, então ele me dá uma nova arma e diz:

- Fela da puta, Kerekexe se fudeu, a gente tem que sair daqui o mais rápido possível, porque se mais alguém morrer, eu te enfio bala porra!

Porra, eu matei Kerekexe, nunca me perdoarei por isso. Mas não é hora de me sentir culpado, lá em baixo Kerekexe havia se levantado, mas não era mais o mesmo Kerekexe de sempre, o mesmo olhar monstruoso dos outros zumbis estavam plantados nos olhos de Kerekexe, Levy então olha pra ele, balança a cabeça em sinal negativo e enfia uma bala na cabeça dele.

Levy pega a chave do carro e da um salto para a parte de baixo da casa e eu faço o mesmo, ele então abre a porta do carro e o liga rapidamente, quase dou um salto para alcança-lo, abro a porta e a fecho rapidamente, o carro então sai em disparada, pra onde eu não sei...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Capitulo 7. O Inicio

As batidas na porta ficaram cada vez mais fortes, e mais daqueles monstros agrupavam-se na frente do ‘refúgio’. Levy, já muito irritado pegou a ‘doze’ e subiu as escadas, da janela de sua casa, um por um ele foi destruindo os monstros, muita munição foi perdida, mas depois de uns dez minutos todas as batidas na porta se transformaram em um silêncio mutuo e sombrio.

Aproximo-me do computador de Levy e então começo a prestar mais atenção no noticiário, um homem vestindo um paletó azul marinho com uma gravata de listras pretas e brancas estava falando sobre o que ele chamava de ‘A invasão’, ele então fala sobre algum repórter que estava no local aonde supostamente aconteceu o primeiro ataque.

A imagem agora mostra um lugar onde estava acontecendo um enterro, uma pequena capela branca, com dois bancos de mármore e teto de madeira, a mesma estava coberta de flores em forma de arco e um caixão estava no centro dela, para ser noticiado pela imprensa esse enterro deve ser de algum famoso, não sei de quem, mas provavelmente é.

Muitas pessoas estavam ao redor do caixão, em destaque uma mulher que usava uma camiseta preta e uma calça colada chorava ao lado do caixão, ela parecia estar em torno dos 30 a 40 anos, seus cabelos negros estavam presos num coque e ela usava um daqueles chapéus engraçados que você só vê em filmes, duas crianças ao lado dela, também choravam, um garoto e uma garota, o garoto parecia ter seus 10 anos de idade, tinha cabelos loiros e pele branca, trajava-se de preto do mesmo modo que a mulher, a outra criança era uma menina que aparentava ter 8 anos, estava inquieta num choro profundo e solitário, tinha cabelos negros e uma pele pálida.

Enquanto várias pessoas aproximavam-se da mulher e lhe abraçavam, uma coisa chamou atenção, o morto se moveu, todos olhavam para o caixão e o repórter aproximava-se do caixão o bastante para notar um homem velho, com cabelos brancos e curtos usando um paletó azul, ele moveu-se mais uma vez, parecia estar tendo espasmos, num momento repentino ele se ergueu do caixão, sua feição era de ódio, ele olhou para a mulher ao seu lado e avançou em cima dela, mordendo-lhe um pedaço do pescoço, a balburdia começou, as pessoas corriam de um lado para o outro enquanto o ‘morto’ avançava em mais alguns homens e mordia-lhes o que estivesse ao seu alcance, o câmera fitou a mulher caída no chão, ela estava sendo tomada por espasmos que quase a faziam saltar do chão, do mesmo modo em que o homem se levantou, ela ergueu-se com o mesmo olhar de ódio e avançou em cima do câmera, que deve ter-lhe acertado com a câmera pois depois disso não se viu mais nada a não ser a câmera no chão e gritos e mais gritos das pessoas, a câmera então apagou-se e após isso a imagem voltou ao homem da reportagem que lamentou o fato e despediu-se.

Após isso, eu sentei-me no sofá e suspirei, então foi isso o que aconteceu, pensei.

- Que porra foi isso? – perguntei a Levy.

- Essa porra começou assim, e acabou se espalhando. – ele respondeu.

- Caralho! Não tem idéia de como isso aconteceu?

- Parece que esse doido tava metido em uma treta do governo, não deu pra saber muito, pois o jornal omitiu os fatos por algum tempo até a merda se espalhar por inteira.

- Esses filhos da puta, sempre pensei no dia em que isso foi acontecer. – eu estava enfurecido, na maioria dos filmes acontecia isso, o cara se metia com porra de armas químicas e fodia todo mundo.

A conversa com Levy foi interrompida por um barulho que me parecia muito um Walkie Tokie, Levy correu em direção a sala e pegou o aparelho preto com apenas um botão e com uma antena.

- Levy na escuta – Ele falou com a boca no Walkie Tokie.

- Como vocês estão, conseguiram os suprimentos e munições? – A voz de uma mulher do outro lado do aparelho soou como música.

- Conseguimos mais do que isso, achamos um sobrevivente, e tu não vai acreditar quem é.

- E quem seria ele? – A mulher do outro lado parecia apreensiva e o tom de voz dela mudou um pouco.

- Rodrigo, Demônio dos Infernos.

- Puta que pariu! – A mulher parecia estar satisfeita com a resposta dele, eu ainda não consegui identificar a sua voz, mas pelo visto ela me conhecia.

- Esse ‘fi de rapariga’ tava escondido lá na Cruz Cabugá, o bagulho lá ta ‘quente’, quase que a gente tomou no cu pra resgatar ele.

- Porra, ainda bem que vocês escaparam dessa. – A mulher continuou a falar, mas o som começou a ficar abafado e sua voz distorcida, não dava para entender muita coisa.

- Essa porra aí ta precisando recarregar, depois a gente se fala, câmbio e desligo – disse Levy a mulher e desligou o comunicador, deixando-o em cima da mesa do computador.

Ele e veio em minha direção e me deu uma tapinha no ombro.

- Era Cagaus, ela ta bem, ta escondida junto com a segunda resistência, achamos melhor não ficar juntos porque senão se um dia esses putos chegarem a entrar aqui, não morremos todos, a gente se fala todo dia e ela traz noticias e nós damos noticias a ela, juntamente com ela estão Vanessa, Marcos ‘Dentinho’ e Biel, ele é o único que sabe dirigir bem deles e por isso ficou por lá.

Aliviei-me em saber que o puto do meu irmão estava vivo, sentado ali no sofá fechei os olhos devagar e vi que Levy descia as escadas, acabei pegando no sono e descansei.