terça-feira, 25 de agosto de 2009

Capitulo 6. A Resistência

Como havia imaginado estamos indo em direção à Jardim Brasil, não tenho certeza se é o I ou o II, dobrando perto da feira de Peixinhos já imagino que estamos indo para o II.

Minha perna doía tanto que eu não percebera o motorista, olhando-o freqüentemente imagino quem seja, mas não falo.

Depois de atropelar alguns dos monstros e seguir pela rua que leva ao terminal, após alguns minutos chegamos a resistência, o local que antigamente fora uma lan house, a mesma fica em baixo da casa de Levy, saio do carro rapidamente e entro no local, está deveras arrumado, havia ali muitas armas e munições, sento-me no chão e não me importo com o que acontece ao meu redor, mas quando o motorista aparece na minha frente sei de quem se trata.

- KEREKEXEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! – eu grito.

- FALA VIADO! – ele responde.

- Porra, eu pensei que tu tava morto, eu quase morri muitas vezes, mas tenho uma grande sorte – respondi não olhando em seus olhos, pois a minha perna doida muito.

Alguns minutos depois, vejo que há um buraco que liga a casa de Levy à lan house. Levy não fala muito, parece um tanto abatido, Kerekexe sempre com suas piadas idiotas me fez rir algumas vezes, mas o clima estava pesado e não parecia muito agradável. As escadas eram de madeira e pareciam estar bem frágeis, pois quando uma pessoa ia subir a outra tinha que segurar as escadas.

Consigo depois de alguns sacrifícios me levantar, finalmente olho a lan house, ela estava destruída como qualquer outro lugar que eu passei, computadores no chão, o chão e as paredes completamente manchados de sangue, e o piso estava um tanto destruído, as paredes tinham buracos de balas. Levy me faz um sinal para que eu suba as escadas com ele, eu manco em direção as escadas e consigo subi-las com um tanto de sacrifício, lá em cima vejo a casa dele, um tanto diferente desde a ultima vez que a vi, manchada de sanghe e com vários buracos de bala, como a lan house.

Ele então me leva até o computador e me mostra um noticiário, o noticiário conta sobre o dia da ‘invasão’ de zombies, mas não há muitas informações.

Eles mostram apenas quando tudo começou e que em pouco tempo Pernambuco inteira estava sobre o domínio desses monstros. Enquanto o noticiário mostrava as noticias, eu ouço uma batida grande na porta, a batida se transforma em batidas e começa a destruir a porta que é de metal, o metal começa a amassar, olhando pela janela vejo uma dúzia daqueles monstros batendo na porta, eles devem ter sentido nosso cheiro e vieram diretamente pra cá.

E agora, o que acontecerá?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Capitulo 5. Manchado de Sangue.

Subindo as escadas e chegando ao telhado da Biblioteca, consigo plenamente ver a cidade e vejo também não conseguirei escapar por ali, pois é longe demais dos outros telhados além de ser mais alto do que eu imaginava.

Desço as escadas e começo a pensar, lembro-me do tempo em que eu roubava jambo com o meu irmão no terreno que ficava atrás da Biblioteca. Pronto, por ali eu conseguirei escapar facilmente.

Desço as escadas que dão acesso ao primeiro andar da Biblioteca, vejo pela porta de vidro novamente o caos que se transformou o centro do Recife, abro devagar a porta de vidro, evitando qualquer barulho e desço a rampa de acesso à ‘ala infanto-juvenil’da Biblioteca.

Começo a andar cautelosamente por trás da Biblioteca e vejo a árvore de jambo, subo nela rapidamente e passo pelo muro, se não fosse o andaime. Peguei um pouco de fôlego e pulei, consegui segurar-me no andaime e com um pouco de esforço consigo subir e ‘escalo’ até o telhado do prédio.

Caminho vagarosamente até a outra extremidade do prédio e vejo a distancia entre o outro prédio, mais ou menos 7 metros, será que consigo pular? Se não conseguir irei morrer ou pior, irei me transformar em uma daquelas criaturas abomináveis, dou uns passos pra trás e começo a correr, pulo e consigo me agarrar num tijolo e no desespero consigo subir no outro local. Olhando para o local percebo que estou no ‘estádio’ do colégio. O telhado é feito de telhas frágeis por isso caminho lentamente, qualquer passo em falso eu cairei e provavelmente morrerei.

Escuto um barulho de balas e de um carro, olho rapidamente para o lado e vejo um Kadett roxo passando pela rua, animo-me e ando rápido para mostrar que alguém está vivo por ali, nisso a telha quebra e eu caio no chão, com a perna doendo não consigo me levantar, vejo uns 3 desses monstros vindo em minha direção e fecho os olhos, morrerei aqui, depois de tanto tempo, só que invés de senti uma mordida, escuto o sons de balas e abro os olhos, um homem alto e moreno acabou de salvar a minha vida, olho atentamente para ele, eu conheço esse homem...

- Morre ‘fela’ da puta.

Reconheço essa voz...

- Dromedário do CAPETA. – eu grito.

- ‘Bukakkeiro’dos infernos – ele responde.

Porra, Levy está por aqui... Finalmente alguém VIVO...
Ele me ajuda a levantar e me leva em direção ao carro que eu havia visto, um outro homem um tanto gordo estava no carro e atirava nos monstros que chegavam perto, entro rapidamente no carro juntamente com Levy e o carro segue em disparada dali, passamos pela Cruz Cabugá, que parecia mais um campo de guerra...
- Isso parece o Apocalipse, está tudo manchado de sangue – penso.

O carro segue em direção à Olinda, e de lá o motorista segue pela Avenida Presidente Kennedy, atropelando alguns daqueles monstros. Eu imagino pra onde estamos indo. Jardim Brasil... Meu bairro, minha casa...

Estou salvo agora... Será?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Capitulo 4. Plano de fuga.

Àquela tarde transcorreu muito bem, não sei há quantos dias eu me alimentei somente de jambo, mas finalmente consegui uma refeição decente, ou quase.

Comi bem, mas não muito, não posso enfrentar esses bichos estando pesado de tanto comer, coloco ainda algumas comidas e bastante água na minha mochila, não pretendo ficar preso aqui o resto da vida.

A noite cai e o sono começa a bater, a falsa sensação de segurança me fez pegar no sono, resisto o máximo que posso, mas acabo sendo derrotado pelo sono e adormeço ali mesmo no chão.

De manhã eu acordo um tanto assustado, esfrego os olhos freneticamente, me levanto e vou olhar o local, me alivia a consciência saber que a porta de entrada que dá acesso à Biblioteca ainda está fechada, após a vigília subo novamente as escadas e vou pegar algo para comer.

Depois de alimentado eu me recordo que aqui havia computadores, corro em direção a sala que dava acesso a esses computadores, empunho mais uma vez a faca e abro a porta devagar, “Como está devastado esse lugar” penso, o local está tão destruído como qualquer outro local do Centro. A sala de computação é espaçosa, paredes brancas, e grandes janelas com cortinas verdes davam ao local uma aparência amigável, pelo menos davam. O lugar está completamente diferente da ultima vez que vim aqui, há computadores jogados no chão, bagunça de papéis, mesas viradas e sangue pelo local, alguns computadores permaneceram ainda nos seus lugares, aproximo-me devagar de um dos computadores e tento ligar um deles, a minha sorte é que o gerador de energia ainda funciona e com isso o computador liga, com os olhos cheios de esperança começo a olha-lo funcionar, mas toda a minha felicidade se esvai quando percebo que está sem internet, o maldito meio de comunicação mais usado hoje em dia.

Saio enfurecido da sala e caminho até a minha bolsa, colocando-a nas costas, estou disposto a sair daqui nesse exato momento, então começo a planejar um meio de fuga para que esses monstros não me peguem, meus pensamentos voam longe novamente. Lembro-me bem de quando vinha na Biblioteca apenas para beber água ou trocar de roupa no banheiro era sempre uma bagunça, meus amigos será que estão vivos? Não tenho tempo para pensar nisso.

Levanto e olho para o teto, que idéia genial, eu posso fugir pelo telhado. Começo a trabalhar numa maneira de chegar ao telhado e sair vivo de lá, sei que ao lado existe um colégio, mas me recordo que à distância entre os muros é grande mas eu tenho que tentar, procuro ali por cima algum lugar que de acesso ao telhado da Biblioteca, deve existir algum.

Caminhando eu vejo uma sala com uma placa “Apenas Funcionários”, caminho em direção a porta e abro-a lentamente, não é surpresa quando eu vejo uma escadinha de ferro que dá acesso até o telhado do local.

Finalmente, sairei daqui.