terça-feira, 18 de agosto de 2009

Capitulo 5. Manchado de Sangue.

Subindo as escadas e chegando ao telhado da Biblioteca, consigo plenamente ver a cidade e vejo também não conseguirei escapar por ali, pois é longe demais dos outros telhados além de ser mais alto do que eu imaginava.

Desço as escadas e começo a pensar, lembro-me do tempo em que eu roubava jambo com o meu irmão no terreno que ficava atrás da Biblioteca. Pronto, por ali eu conseguirei escapar facilmente.

Desço as escadas que dão acesso ao primeiro andar da Biblioteca, vejo pela porta de vidro novamente o caos que se transformou o centro do Recife, abro devagar a porta de vidro, evitando qualquer barulho e desço a rampa de acesso à ‘ala infanto-juvenil’da Biblioteca.

Começo a andar cautelosamente por trás da Biblioteca e vejo a árvore de jambo, subo nela rapidamente e passo pelo muro, se não fosse o andaime. Peguei um pouco de fôlego e pulei, consegui segurar-me no andaime e com um pouco de esforço consigo subir e ‘escalo’ até o telhado do prédio.

Caminho vagarosamente até a outra extremidade do prédio e vejo a distancia entre o outro prédio, mais ou menos 7 metros, será que consigo pular? Se não conseguir irei morrer ou pior, irei me transformar em uma daquelas criaturas abomináveis, dou uns passos pra trás e começo a correr, pulo e consigo me agarrar num tijolo e no desespero consigo subir no outro local. Olhando para o local percebo que estou no ‘estádio’ do colégio. O telhado é feito de telhas frágeis por isso caminho lentamente, qualquer passo em falso eu cairei e provavelmente morrerei.

Escuto um barulho de balas e de um carro, olho rapidamente para o lado e vejo um Kadett roxo passando pela rua, animo-me e ando rápido para mostrar que alguém está vivo por ali, nisso a telha quebra e eu caio no chão, com a perna doendo não consigo me levantar, vejo uns 3 desses monstros vindo em minha direção e fecho os olhos, morrerei aqui, depois de tanto tempo, só que invés de senti uma mordida, escuto o sons de balas e abro os olhos, um homem alto e moreno acabou de salvar a minha vida, olho atentamente para ele, eu conheço esse homem...

- Morre ‘fela’ da puta.

Reconheço essa voz...

- Dromedário do CAPETA. – eu grito.

- ‘Bukakkeiro’dos infernos – ele responde.

Porra, Levy está por aqui... Finalmente alguém VIVO...
Ele me ajuda a levantar e me leva em direção ao carro que eu havia visto, um outro homem um tanto gordo estava no carro e atirava nos monstros que chegavam perto, entro rapidamente no carro juntamente com Levy e o carro segue em disparada dali, passamos pela Cruz Cabugá, que parecia mais um campo de guerra...
- Isso parece o Apocalipse, está tudo manchado de sangue – penso.

O carro segue em direção à Olinda, e de lá o motorista segue pela Avenida Presidente Kennedy, atropelando alguns daqueles monstros. Eu imagino pra onde estamos indo. Jardim Brasil... Meu bairro, minha casa...

Estou salvo agora... Será?

4 comentários: